COVID-19 torna dieta vegana ainda mais apelativa para os jovens
Os millennials lideram um movimento de regresso à fruta e aos vegetais, mas toda a população está mais virada para o consumo deste tipo de alimentos, segundo uma nova pesquisa da consultora Mintel. Os cítricos ocupam um lugar de destaque neste movimento acelerado pela pandemia.
Uma dieta repleta de grão de bico, lentilhas e quinoa está a tornar-se mais tentadora e a ‘culpa’ é da pandemia causada pelo novo coronavírus, revela uma nova pesquisa da consultora Mintel, realizada no Reino Unido. Os millennials são os mais entusiastas, com 25%dos jovens britânicos (de 21 a 30 anos) a afirmarem que a COVID-19 tornou a dieta vegana mais atraente.
Mas estes jovens amantes de plantas não estão sozinhos, pois a pesquisa revela que uma dieta vegana está a tornar-se mais interessante, desde o início de a pandemia, para 12% de todos os britânicos, aumentando para 22% quando se cinge aos londrinos.
Isso ocorre porque, segundo a pesquisa, existe uma forte crença no poder de cura das plantas, pois metade dos britânicos (51%) acredita que ingredientes vegetais / botânicos, como ervas e especiarias, podem ter benefícios medicinais para, por exemplo, tratar doenças.
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Cumprir uma dieta saudável também é uma prioridade, pois 23% dos britânicos dizem que estão a comer mais fruta e vegetais desde o início do surto. Cerca de 31% da geração Z (jovens com 20 anos ou menos) e 27% da geração Y (jovens de 21 a 40 anos) estão a manter os seus frigoríficos bem abastecidos com estes produtos saudáveis. Um particular destaque é dado aos frutos cítricos, com 66% dos britânicos a acreditarem que consumir vitamina C ajuda a fortalecer o sistema imunitário. No geral, quase 37% dos britânicos dizem que o surto de COVID-19 os levou a consumir mais nutrientes que ajudam a fortalecer o sistema imunitário.
«As pessoas querem que o mundo mude para melhor e estão à procura de formas de mostrar compaixão. Para os consumidores que querem saber como fazer a diferença de forma positiva, cortar na proteína animal pode ser visto como uma maneira de enfrentar a crise climática, mostrar compaixão pela natureza e aumentar a ingestão de nutrientes», explica Alex Beckett, diretor associado da Mintel Food & Drink.
«Mesmo antes da disseminação da COVID-19, estávamos a ver um interesse crescente em alimentos e bebidas à base de plantas nos mercados globais. Pode ser que a pandemia esteja a acelerar essa tendência. Por exemplo, na China, vimos as vendas a disparar nas novas opções de produtos à base de plantas da KFC e da Pizza Hut», acrescenta.
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O certo é que o confinamento teve um impacto duradouro nos hábitos alimentares dos consumidores. Quase 37% dos consumidores acreditam que, no futuro, as pessoas comprarão alimentos e bebidas de longa duração (por exemplo, leite UHT, alimentos enlatados) com mais frequência como resultado do surto de COVID-19, chegando aos 47% na geração Z e 45% na geração Y. Enquanto isso, um em cada sete britânicos (17%) consome mais alimentos enlatados desde que surgiu a COVID-19, aumentando para 25% na geração Z e 21% nos millennials.
Promovendo uma mentalidade de “não ao desperdício”, quase sete em cada dez (69%) britânicos dizem que o surto os incentivou a desperdiçar menos alimentos em casa. Finalmente, a pesquisa revela que o vírus criou um interesse em cozinhar, já que mais da metade (55%) diz que cozinha mais desde a COVID-19 do que antes.
«Antes do surto, os jovens geralmente optavam por alimentos frescos e convenientes que não demoravam muito para serem preparados. Mas agora com mais tempo em casa e sem restaurantes ou cafés plenamente abertos, a comida feita de raiz mostrou vantagens claras. Não ocupa um espaço precioso no congelador e dura um bom tempo, tornando-se adequada para a vida em quarentena e resultando em menos idas às compras. É acessível e mais nutritiva», conclui o especialista.
A pesquisa foi realizada junto de dois mil internautas britânicos com mais de 16 anos.Veja na galeria acima algumas dicas para começar a construir a sua dieta vegana.