Corpo perfeito: um plano para a vida
A definição de corpo perfeito não existe. É uma utopia resultante de um conceito de moda, que todos os anos nos quer vender medidas e moldes que nos definem a silhueta, quer em designs de roupa, quer em atividades físicas ou até em produtos de suplementação e de cosmética. Tudo isto para se alcançar um padrão de aparência em vez de uma noção real de vida e de essência humana.
A verdadeira noção de corpo perfeito deve ser aquela onde a saúde coabita com o bem-estar, no perfeito equilíbrio com hábitos de vida saudáveis. Ou seja, ao longo de um ano, devemos ter hábitos e atitudes sustentáveis, que farão de nós pessoas diferentes, de corpo e alma, e com saúde.
É comum todos os anos vermos anúncios publicitários que aparecem uns meses antes do verão a oferecerem soluções milagrosas para perder peso. Nestes casos, as pessoas passam por planos de redução drástica de nutrientes equilibrados, atrás de uma falsa elegância, a qual em pouco tempo se transforma num declínio de nutrientes minerais, vitamínicos e sobretudo de aminoácidos, com bastante perda de energia.
Com bastante frequência, recebo pessoas no consultório que me afirmam terem tido um aumento de peso brutal, após uma dieta dessas ditas de resultados rápidos. Isto quando não estão associadas desordens hormonais severas e até distúrbios emocionais. Algumas delas chegam a ter de ser hospitalizadas, por diversos desmaios e fraqueza física.
Como devemos então ir em busca da nossa perfeição?
Antes de seguirmos esse caminho, observe ao seu redor, veja as árvores da sua cidade, ou do lugar onde está agora de férias… São árvores, algumas da mesma espécie, mas mesmo que estejam na mesma rua cada uma apresenta caraterísticas diferentes, com mais ou menos galhos, um pouco mais alta que a outra, com mais folhas que a do lado, ou o tronco mais grosso, ou com mais rebentos.
Assim somos nós, a nossa estrutura corporal é única mesmo quando somos irmãos gémeos. Cada um de nós traz um padrão especial, diferenciado, com dados novos, capazes de serem moldados, quer na doença, quer na saúde.
É isto que a epigenética explica. Os padrões não herdados do nosso DNA, os quais podemos transformar e com esse poder de que somos dotados fazer com que cada um de nós, viventes, pensantes e amantes da vida, sejamos de verdade perfeitos! Que o nosso corpo seja dotado de equilíbrio, social, emocional, físico, cultural e essencial.
É este o poder da vida, a chave da alquimia que cada um de nós busca para si, mas que por razões e padrões impostos por uma sociedade de consumo vamos consentido que sejam alterados, adulterados, para uma imagem de mesmice comum, de igualdade siamesa, onde temos de ser iguais aos outros ao nosso redor.