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Como assim está tudo bem?

Há mais de 10 anos, quando comecei o meu caminho de desenvolvimento pessoal (de forma mais consciente e comprometida), conheci esta bela e poderosa estória que hoje reconheço como uma das minhas 39 maiores aprendizagens!

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Certo dia, um fazendeiro de meia idade cuidava das árvores na sua quinta quando o filho lhe vem dizer que o cavalo de trabalho tinha fugido.  Ao saberem disto, os vizinhos mais próximos vieram, um por um, solidariamente oferecer ajuda. Cada um à sua maneira foi dizendo: “Que pouca sorte, vizinho… Agora que é tempo de lavrar a terra, vocemessê fica sem o seu único cavalo”.

 

Ao que o fazendeiro foi respondendo: “Pois, talvez. Veremos”.

 

Uns dias depois, o filho do fazendeiro vem a correr contar ao pai que o cavalo havia regressado e com ele vinham duas éguas.

 

Ao tomarem conhecimento, os vizinhos vieram admirar as duas éguas e comentaram: “Que sorte, ein?! Quem diria? Não só recuperou o cavalo como ainda ficou com duas éguas que lhe podem dar uma manada de cavalos”.

 

Sobre o que o fazendeiro disse: “Pois, talvez. Veremos”.

 

Uns tempos depois, o filho partiu uma perna ao cair de um dos cavalos. Quando a notícia se espalhou, os vizinhos vieram oferecer ajuda e lamentar: “Que má sorte, vizinho! Logo agora que vai começar a época de trabalhos mais pesados fica sem a ajuda do seu único filho”.

 

Ouvindo isto, o fazendeiro respondeu: “Pois… Talvez. Veremos”.

 

Uns dias mais tarde, o país em que viviam entra em guerra com um país vizinho e os jovens adultos são convocados para entrarem no exército. Todos os vizinhos vêem os seus filhos irem para a guerra, menos o fazendeiro.

 

Os vizinhos comentam: “Ah vizinho… que tragédia a nossa e fortúnio seu! Por ter a perna partida o seu filho ficou e os nossos foram para a guerra”.

 

Ao que o fazendeiro responde: “Pois, talvez. Veremos”.

 

Talvez uma história parecida tenha acontecido com algum amigo, colega ou familiar. Veio a pandemia da COVID-19 e…”má sorte” pois ficaste sem o trabalho em que estavas, mesmo que insatisfeito. Ou, “que sorte” pois isto aconteceu logo depois de teres criado o serviço que dá resposta às necessidades neste mundo Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo!

 

Enquanto continuarmos a julgar e avaliar cada momento, evento, resultado de forma isolada do todo, estamos a limitar a qualidade da nossa experiência diária e o nosso poder e responsabilidade pessoais. i.e., a nossa capacidade de dar resposta de forma adequada, saudável e possibilitadora.

 

Desconhecendo consequências futuras de determinado evento parece-me prematuro estar a julgar, avaliar e atribuir um significado que limitam a qualidade e eficácia da ação e reação ao evento.

 

Viver, liderar, saborear a vida, a partir de um lugar de “Veremos”, para mim, pressupõe estarmos conscientes, presentes e centrados. Percebendo que o que acontece, em vez de estanque no tempo, acontece num continuum e algo vai resultar e acontecer a seguir. Dentro disso, muito está fora do nosso controlo e, ao mesmo tempo, existem fatores que controlamos e influenciamos.

 

Temos todo o direito de gostar ou não do que acontece, de preferir que tivesse acontecido diferente ou melhor, de sentir todas as emoções que houver para sentir sobre os eventos e o que surge.  Temos, também, o direito de estarmos disponíveis para as possibilidades que se abrem a partir do que acontece! Em vez de nos limitarmos, cristalizando e fechando-nos numa caixinha. Ficando aí sem escolhas de qualidade para agir, de forma saudável, ecológica e eficaz, em relação ao que acontece.

 

Vejo o “Veremos” como aceitar que acontece o que acontece, “é o que é”. Mesmo que eu odeie, fique frustrado, zangado, ou não veja agora algo de positivo no que aconteceu, e ainda não veja como mudar.

 

O “está tudo bem” tem nada que ver com o buscar o lado positivo. Tem, sim, que ver com o lidar com o desconhecido, com perceber que “o jogo ainda não acabou”. É sobre estar curioso, sem julgar nem dar como final algo que é intermédio. Sobre estar disponível para aprender e adaptar ao que acontece.

 

O que mudarias na tua vida se adoptasses este filtro? Gostaste? Comenta, partilha, reencaminha para quem também vai gostar.

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