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Como ajudar quem sofre de violência doméstica

A violência doméstica é, infelizmente, algo comum. Segundo a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), o silêncio facilita a continuação da violência e você pode ajudar a quebrá-lo.

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Quando se atravessa uma fase difícil, o pior que se pode sentir é a falta de amparo. Por isso, se desconfia que uma amiga sofre de violência doméstica, comece por reparar em pequenos sinais. Consultámos a APAV, que aponta uma série de caminhos a seguir.

 

Repare se a pessoa anda anormalmente muito nervosa ou deprimida, se se isolou dos amigos e dos familiares, se fica muito ansiosa com as opiniões ou comportamentos do parceiro e, por fim, se apresenta marcas corporais não justificadas ou mal explicadas, por exemplo, nódoas negras, cortes ou queimaduras.

 

Repare também no comportamento do namorado. Se essa pessoa desvaloriza e humilha a sua amiga à frente de outras pessoas, se está constantemente a dar ordens e decide tudo de forma autoritária, e ainda, se tem total controlo no dinheiro, nos contactos e saídas sociais da sua amiga.

 

Se tem uma amiga nesta situação, pode ser difícil de saber o que fazer para ajudá-la a sair dessa situação. O mais importante é que a respeite e que a faça sentir-se apoiada, mesmo que recuse a ajuda ou que mostre sinais de não querer sair da relação. O silêncio facilita a continuação da violência e você pode ajudar a quebrá-lo.

 

A APAV tem como missão apoiar as vítimas e os seus familiares e a ajuda é completamente gratuita. Esta é uma boa solução para ajudar a sua amiga – contactar a APAV para proceder a uma intervenção. É importante que contacte as autoridades e que nunca tente resolver as coisas pelas suas próprias mãos, pois nunca se sabe quão violento pode ser o agressor e pode estar a colocar em risco a sua segurança e da sua amiga.

 

Para além disto, existem pequenos (grandes) passos que pode executar para ajudar. Mostre-se disponível, dê apoio ao cuidado da criança (caso haja uma envolvida), esteja presente pois isso cria uma conexão maior e dá segurança a quem está a sofrer. Por fim, dê-lhe contactos de associações e terapeutas e, acima de tudo, converse com a sua amiga acerca da gravidade da situação – sempre sem julgar nem pressionar.

 

Tenha consciência de que, por não estar na posição da sua amiga, não conseguirá perceber realmente o que ela está a passar e por isso é essencial que a apoie sem julgar. Mesmo com todos estes recursos, as vítimas podem ter algum medo de deixar os parceiros com medo das possíveis consequências. Muitas delas não reconhecem sequer o companheiro como alguém violento e estão dependentes dele/a, seja a nível emocional, financeiro ou outro. Há quem receie ser alvo de discriminação por serem vítimas de violência doméstica, tenha medo de deixar a casa, de perder os filhos e os seus pertences. Algumas vítimas vivem simplesmente na ilusão de que um dia as coisas irão melhorar, outras tem medo da reação do agressor ou não se sentem com forças para enfrentar a situação.

 

Assim que a pessoa consiga finalmente deixar a relação, a sua missão como amiga não termina aqui. O drama não acabou pois a vitima sofreu de maus tratos psicológicos e leva algum tempo para estabilizar. É importante que continue a acompanhá-la e a dar-lhe o apoio que ela tanto irá precisar.

 

Não deixe que a sua amiga faça parte destas estatísticas e, acima de tudo, não se submeta a estes dados assustadores – ainda há tempo para ser feliz.

 

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