Como ajudar alguém com pensamentos suicidas?
Numa sociedade cada vez mais frenética, como perceber ou ajudar quem tenha este tipo de pensamentos? A Linha Nacional de Prevenção do Suicídio dos EUA criou um guia que ajuda a identificar alguns sinais e a agir em conformidade. A 10 de setembro assinala-se o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
Muitas são as pessoas que morrem diariamente por ter cometido suicídio, vítimas de doenças mentais não tratadas ou não acompanhadas devidamente por um médico. A saúde mental e o suicídio não têm impacto apenas na pessoa mentalmente perturbada, mas sim em todos os que o rodeiam e que fazem parte da sua vida, como a família, os amigos e os colegas de trabalho.
Em Portugal, segundo informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa média de suicídios está acima da média global, nomeadamente 13,7 por cem mil habitantes, face a uma taxa mundial de 10,7. Ainda segundo a OMS, suicidam-se diariamente em todo o mundo cerca de 3000 pessoas, uma a cada 40 segundos. E por cada pessoa que se suicida, 20 ou mais cometem tentativas de suicídio. O número anual de suicídios representa cerca de metade de todas as mortes violentas registadas no mundo, estimando-se que, em 2020, esse número atinja 1,5 milhões, revela a OMS.
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Este ato de desespero está comumente associado a depressões, alcoolismo, desordens bipolares, esquizofrenia e ansiedade extrema. Estima-se que cada tentativa de por termo à vida afeta pelo menos seis pessoas circundantes e, portanto, milhões sofrem com este problema todos os anos.
Contudo, nem sempre é fácil ajudar as pessoas que estão desesperadas e que querem por termo à vida. Nesse sentido, a Linha Nacional de Prevenção ao Suicídio dos EUA apresenta um guia onde dá cinco dicas para ajudar quem se defronta com esta situação. Veja de seguida.
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1 – Não ter receio de perguntar
Em primeiro lugar, não deve ter receio de perguntar se a pessoa está bem e se tem pensado na morte como resolução dos problemas. Um dos mitos mais comuns relativos ao tema afirma que falar ou perguntar se o indivíduo em questão tem tendências suicidas põe essa ideia na sua cabeça, aumentando assim a probabilidade de esse individuo tentar cometer suicídio.
Alguns estudos já realizados sobre a matéria concluíram precisamente o oposto – perguntar se essa pessoa está bem e se tem pensamentos suicidas pode diminuir a probabilidade de vir a concretizar o ato. Para além disso, proporciona uma boa oportunidade de começar uma conversa e identificar a melhor forma de ajudar a combater os pensamentos negativos.