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Cientistas identificam gene necessário para coelhos se moverem aos saltos

Pesquisa liderada por investigador da Universidade do Porto centrou-se no coelho saltador d’Alfort, que através de um comportamento fora do comum utiliza as patas dianteiras para se mover aos saltos.

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Um novo estudo internacional coliderado por Miguel Carneiro, investigador auxiliar do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO), da Universidade do Porto, identificou o gene necessário que faz os coelhos saltarem. A investigação centrou-se no coelho saltador d’Alfort, que através de um comportamento fora do comum adota uma marcha bípede usando as patas dianteiras.

 

A pesquisa demonstra que um gene RORB funcional é necessário para os coelhos realizarem o seu salto característico. Num artigo publicado pela revista PLOS Genetics, a equipa internacional que inclui os investigadores do CIBIO-InBIO, Miguel Carneiro, Pedro Andrade, Sandra Afonso, José Antonio Blanco-Aguiar, Nuno Santos, Pedro Esteves e Nuno Ferrand, mostra que os coelhos precisam do gene RORB para se moverem aos saltos.

 

A equipe investigou genes relacionados com o salto recorrendo a uma raça incomum de coelho chamado saltador d’Alfort. Verificou-se que o andar estranho destes coelhos é devido a uma mutação específica no gene do receptor B relacionado ao RAR (RORB). O novo estudo demonstra que um gene RORB funcional é necessário para coelhos e provavelmente outros animais que saltam realizar a sua marcha característica, informa o CIBIO-InBIO.

 

A locomoção aos saltos é um tipo de marcha que pode ser encontrada em coelhos, lebres, cangurus e algumas espécies de roedores. Os mecanismos moleculares que controlam e ajustam a formação desse tipo de marcha são desconhecidos.

 

O saltador d’Alfort exibe um comportamento de locomoção anormal definido pela perda do salto típico que caracteriza os coelhos selvagens. Surpreendentemente, os indivíduos desta linhagem frequentemente adotam uma marcha bípede usando as patas dianteiras. Usando uma combinação de cruzamentos experimentais e sequenciamento do genoma completo, os investigadores mostraram como uma mutação no gene referido explica a marcha atípica desses coelhos.

 

«Esta mutação leva a uma redução drástica de neurónios RORB-positivos na espinhal-medula, bem como defeitos na diferenciação de populações de interneurónios da espinhal-medula. Os nossos resultados mostram que a função RORB é necessária para o desempenho da locomoção saltitante em coelhos», explica a pesquisa.

 

 

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