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China toma medidas contra advogados contratados para ajudar ativistas de Hong Kong

Dois advogados de um grupo de ativistas pró-democracia de Hong Kong viram as suas licenças ameaçadas por aceitarem casos contra os interesses do Governo chinês. Um deles representou recentemente Zhang Zhan, a jornalista-cidadã condenada a quatro anos de prisão por reportar sobre o surto de coronavírus na cidade chinesa de Wuhan.

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As autoridades chinesas tomaram medidas para revogar as licenças de dois advogados contratados para defender um grupo de ativistas pró-democracia de Hong Kong presos no ano passado enquanto tentavam fugir de lancha para Taiwan, noticia o ‘New York Times’

 

Dez ativistas foram condenados na semana passada, a penas de prisão que variam entre sete meses e três anos, por um tribunal na cidade de Shenzhen, por tentarem cruzar ilegalmente a fronteira. Para a oposição pró-democracia de Hong Kong, o caso realça as malhas do sistema legal controlado pelo Partido Comunista na China.

 

A maior parte do grupo enfrentou acusações relativas a protestos contra o Governo chinês em 2019, incluindo incêndio, tumultos, agressão a policiais e porte de armas. Um membro, Andy Li, estava sob investigação por suspeita de violação da lei de segurança nacional imposta a Hong Kong no ano passado. Os ativistas foram presos pela guarda costeira chinesa enquanto estavam a caminho de Taiwan.

 

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Segundo o ‘New York Times’, os dois advogados, Lu Siwei e Ren Quanniu, foram contratados por familiares dos ativistas, mas foram impedidos de representá-los. Em vez disso, os réus foram forçados a confiar em advogados nomeados pelo Governo.

 

Os dois advogados em causa já assumiram vários casos delicados. Lu Siwei foi formalmente repreendido após representar outro advogado de direitos humanos em 2019 que havia criticado abertamente a liderança chinesa. Ren Quanniu representou recentemente Zhang Zhan, a jornalista-cidadã condenada na semana passada a quatro anos de prisão por reportar sobre o surto de coronavírus na cidade chinesa de Wuhan.

 

Este advogado recebeu um aviso do Departamento de Justiça da província de Henan, onde é licenciado, dizendo que enfrentaria a suspensão do cargo por defender um caso de 2018 no qual representava um membro do Falun Gong, um grupo espiritual banido. Quanniu disse ao ‘The New York Times’ que esse caso era uma desculpa.

 

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No caso do outro advogado, uma carta enviada pelo Departamento de Justiça da província de Sichuan, onde Lu Siwei está registado, acusa-o de «publicar repetidamente linguagem inadequada online», sem fornecer detalhes. O advogado diz tratar-se de uma «inexplicável supressão e perseguição» das autoridades.

 

O jornal recorda ainda que as autoridades chinesas têm usado durante anos os requisitos de licenciamento anual para intimidar os advogados envolvidos em casos delicados, usando a ameaça de exclusão para punir os que não desistirem.

 

 

 

 

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