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Chefs apelam a eurodeputados maior transparência nos produtos do mar

Eurodeputados votam a 10 de março sobre a revisão do Regulamento de Controlo das Pescas da União Europeia, um sistema de monitorização, fiscalização e aplicação da lei para atividades de pesca nas águas da UE e para atividades da frota da UE a nível mundial. Dois chefs portugueses assinam a carta.

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Seis conceituados chefs europeus enviaram esta semana uma carta aos eurodeputados apelando-lhes que votem a favor de um maior acesso público à informação sobre a legalidade e sustentabilidade dos produtos do mar.

 

No dia 10 de março, os eurodeputados vão votar sobre a revisão do Regulamento de Controlo das Pescas da UE, um sistema de monitorização, fiscalização e aplicação da lei para atividades de pesca nas águas da UE e para atividades da frota da UE a nível mundial. A carta tem o apoio da Coligação para o Controlo das Pescas da EU.

 

«Enquanto chefs, fazemos tudo o que podemos para fornecer informação aos clientes sobre a origem dos produtos que servimos. Contudo, no que respeita aos produtos do mar, nem sempre é possível garantir que são todos de origem sustentável. Gostaríamos que o percurso dos produtos do mar fosse transparente, da rede até ao prato, para podermos dar informações claras aos consumidores sobre a origem dos nossos produtos e a forma como são apanhados. Atualmente, não está a ser feito o suficiente para disponibilizar essa informação», afirma Bertílio Gomes, proprietário e chef da Taberna Albricoque, em Lisboa.

 

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Existem lacunas no presente Regulamento de Controlo das Pescas que possibilitam a prática de atividades de pesca ilegais e não sustentáveis, que ameaçam a vida marinha e põem em perigo a segurança alimentar futura. Uma melhor informação sobre as cadeias de fornecimento de produtos do mar permitiria que a UE gerisse as pescas de modo mais sustentável e que oferecesse aos cidadãos o direito de escolherem produtos do mar de origem responsável, protegendo igualmente a saúde do oceano para as gerações vindouras, defendem.

 

Ao votar pelo uso obrigatório de sistemas digitais de fácil acesso, o Parlamento Europeu poderia garantir que se soubesse desde a origem o percurso dos produtos do mar frescos e processados. Além disso, ao votar a favor da Monitorização Eletrónica Remota (ex.: a instalação de câmaras CCTV nas embarcações), de uso obrigatório tanto nas embarcações de pesca grandes como nas pequenas, a Comissão permitiria o acesso aos dados necessários não só para gerir as pescas de forma mais sustentável, como para conservar as espécies protegidas. Por fim, ao votar a favor da publicação de informação relativa à forma como os Estados-Membros da UE monitorizam as pescas, controlam a indústria e processam os infratores, a Comissão podia garantir que as regras para as pescas fossem aplicadas de forma coerente e justa em todo o setor pesqueiro, avançam.

 

«Pedimos aos eurodeputados que usem o seu voto para retirar os produtos do mar da obscuridade. Através do acesso à informação certa, todos podemos optar por produtos nutritivos, desde a origem ao consumo, que permitam a transição europeia para um sistema alimentar sustentável, robusto e resistente, que salvaguarde o futuro do nosso planeta», diz Hans Neuner, chef do restaurante Ocean, Vila Vita Parc, no Algarve e signatário da carta.

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