CE adota plano estratégico para a transição ecológica e digital na Europa
Recuperar os ecossistemas e a biodiversidade europeus, gerir os recursos naturais de modo sustentável e tornar a Europa a primeira economia circular apoiada pelas tecnologias digitais são alguns dos objetivos a alcançar até 2024.
A Comissão Europeia adotou a 15 de março o primeiro plano estratégico para o Horizonte Europa, o novo programa de investigação e inovação da UE no valor de 95,5 mil milhões de euros. O plano estratégico, uma novidade no âmbito do Horizonte Europa, define as orientações estratégicas para o direcionamento dos investimentos durante os primeiros quatro anos do programa (2021-2024) para uma Europa verde e com impacto neutro no clima, uma Europa preparada para a era digital e uma economia ao serviço das pessoas.
Margrethe Vestager, vice-presidente executiva da ação Uma Europa Preparada para a Era Digital, declara: «Este plano proporciona um quadro para que a investigação e a inovação de elevada qualidade e baseadas na excelência sejam concretizadas com o programa de trabalho do Horizonte Europa. Com esta orientação estratégica asseguramos que os investimentos em investigação e inovação possam contribuir para um processo de recuperação baseado na dupla transição ecológica e digital, na resiliência e na autonomia estratégica aberta.»
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Por seu lado, Mariya Gabriel, comissária responsável pela Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, afirma: «As orientações do plano estratégico garantirão que as prioridades políticas comuns da UE possam tirar partido dos novos conhecimentos, ideias e inovação. Esta nova abordagem é outra forma de garantir que a investigação e a inovação financiadas pela UE permitirão dar resposta aos desafios com que se defrontam os europeus.»
O plano estratégico define quatro orientações estratégicas para os investimentos em investigação e inovação no âmbito do programa Horizonte Europa. Assim, a Europa para os próximos quatro anos deverá:
– Promover uma autonomia estratégica aberta, liderando o desenvolvimento de tecnologias, setores e cadeias de valor digitais, facilitadores e emergentes essenciais.
– Recuperar os ecossistemas e a biodiversidade europeus e gerir os recursos naturais de modo sustentável.
– Tornar a Europa a primeira economia circular, com impacto neutro no clima e sustentável apoiada pelas tecnologias digitais.
– Criar uma sociedade europeia mais resiliente, inclusiva e democrática.
A cooperação internacional está subjacente às quatro orientações, uma vez que é essencial para enfrentar muitos desafios mundiais, ressalta a CE. As parcerias abrangerão domínios críticos, como a energia, os transportes, a biodiversidade, a saúde, a alimentação e a circularidade, e complementarão as dez parcerias europeias institucionalizadas propostas pela Comissão Europeia em fevereiro passado.
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As missões da UE abordarão os desafios mundiais que afetam a nossa vida quotidiana, estabelecendo objetivos ambiciosos e inspiradores, mas realizáveis, como lutar contra o cancro, adaptar-se às alterações climáticas, proteger os oceanos, tornar as cidades mais ecológicas e assegurar a saúde dos solos e a alimentação. Recorrendo a um amplo leque de instrumentos em disciplinas e domínios de intervenção diversos, as missões da UE responderão a problemas complexos mediante projetos de investigação, medidas políticas ou mesmo iniciativas legislativas.
As prioridades estabelecidas no plano estratégico do Horizonte Europa serão aplicadas no quadro do programa de trabalho do Horizonte Europa, que estabelece oportunidades de financiamento de atividades de investigação e inovação através de convites temáticos à apresentação de propostas e temas. Os primeiros convites à apresentação de propostas serão lançados na primavera de 2021 e apresentados nas Jornadas Europeias da Investigação e Inovação, que se realizarão em 23 e 24 de junho.