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Carreira: balanço de fim de ano e estratégias para o ano seguinte

O fim do ano leva-nos a um forçado balanço sobre o estado atual da nossa carreira: o que fizemos, o que queríamos ter feito, onde estamos e para onde queremos ir.

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Para os que tiveram a sorte de cumprir todos os objetivos pré-traçados (ou a maioria deles), o balanço será sempre animador; já para aqueles que pelas diferentes razões não conseguiram dar o salto ou realizar as metas a que se propuseram, o balanço final tem um sabor amargo.

 

Este artigo é especialmente pensado para aqueles que pretendem, no próximo ano, transformar a sua carreira, fazendo uma transição ou mudança, mais ou menos radical, mas que os leve a sair da encruzilhada da insatisfação.

 

O senso comum aconselha que nas mudanças de carreira o percurso seja planeado e ponderado. Avaliar pontos fortes, imaginar novas identidades profissionais, conceber pequenas (e seguras) experiências, avaliar o resultado destas ponderações e, por fim, traçar um novo rumo. Esta abordagem nem sempre leva a resultados, na maioria das vezes, causa ainda maior paralisia.

 

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Comecemos por ter em conta que mudanças de carreira fazem parte de uma longa e rica vida de trabalho. E, para começar, a primeira lição a tirar do que não correu bem no ano velho é que possivelmente não se pôs em ação; ou não se pôs em ação da forma correta, com uma estratégia delineada, timings definidos, e uma avaliação realista dos resultados dessas ações (pior ainda, serão os casos em que não fez nada e tudo ficou no plano das intenções).

 

A vontade de mudar de carreira pode ser tão emocionante como aterradora. Em jeito de balanço devemos começar por questionar-nos se a nível profissional estamos a viver como queremos. Em algum momento, todos vamos debater-nos com esta questão no sentido pessoal.

 

Ao fazer um ponto de situação da nossa vida profissional é preciso reconhecer determinados sinais:

  • “Sinto-me encurralado / aborrecido/ pouco motivado”: atingir objetivos diários de trabalho não é o mesmo do que realizar trabalho significativo e gratificante;
  • “Não sou a pessoa que quero ser”: há quem se adapte gradualmente a todas as realidades, inclusive ao fracasso, até se render a uma rotina incompatível com quem deseja ser. Relembremos que adaptar-nos é uma excelente característica, mas não até chegarmos ao ponto de nos deixarmos de reconhecer;
  • “Não estou a viver segundo os meus valores”: quando percebemos que determinada experiência entra em conflito com os nossos valores, devemos repensar seriamente as nossas escolhas e rever os nossos valores nucleares;

 

Não existe uma única solução para conhecer o sentido e a paixão na nossa vida no que toca ao plano laboral. Mas existe uma combinação de estratégias que podemos usar para avaliar se nos desviamos do nosso rumo.

 

Existem algumas abordagens possíveis para fazermos uma renovação neste fim de ano sobre a nossa carreira e alinharmos objetivos

O primeiro exercício começa com uma análise refletiva sobre os nossos próprios valores e aspirações pessoais:

  • Refletir sobre o seu passado: faça uma “linha de vida” – determine os acontecimentos mais marcantes, altos e baixos, desde a sua infância (eventos que lhe causaram grande alegria, dor, sucesso ou até tristeza). Tome nota dos momentos em que se sentiu mais vitorioso e realizado, bem como dos que se sentiu mais sozinho e perdido. Perceba também possíveis transições- períodos em que as coisas mudaram de forma fundamental para si.
  • Analise também o seu passado mais recente, e pondere o que mudou ou não, no trabalho e na vida. Como se vê? Como se sente nos últimos tempos? Os meus valores estão ajustados aquilo que necessito de fazer no meu trabalho e aos valores da minha empresa? Estou a viver segundo os meus princípios?
  • Posteriormente, defina os seus princípios de Vida: pense nos aspetos que para si são mais importantes na vida (família, relacionamentos, saúde, espiritualidade, etc.). Tome nota dos 5 princípios mais importantes pelos quais orienta a sua vida, e pergunte-se se realmente está a tê-los em conta ou se são apenas conversa fiada;
  • Por último, imagine-se no futuro, e tente vislumbrar qual seria a sua situação ideal a nível de carreira: que tipo de pessoas têm a sua volta? Qual o tipo de ambiente em que está envolvido? O que será para si um dia típico?
  • Vislumbrar um futuro ideal pode dar-lhe muitas pistas para elaborar um plano de ação para o futuro de forma a alterar a situação profissional atual para a desejada.

 

 

A segunda parte do exercício consiste em promover uma reflexão sobre o último ano em concreto tentando listar os seguintes pontos:

  • Quais foram os momentos altos da minha carreira este ano?
  • Qual o momento em que senti maior realização?
  • Quais foram os momentos mais críticos pelos quais passei?
  • O que gostaria de ter feito e não fiz? Porque motivos?

 

A terceira e última parte deste exercício deve ser dedicada às questões de futuro próximo:

  • Qual é a minha meta para o próximo ano a nível profissional?
  • Que competências preciso para a atingir?
  • Tenho ao meu alcance todos os meios para a realizar?
  • Se falhar, o que de pior por acontecer?
  • Quem preciso de envolver para me auxiliar nos nossos objetivos?

 

Após este período refletivo tenha em conta que não precisa de decidir imediatamente que ações vai tomar. O elemento brainstorming neste pont, serve primeiro para perceber o que o preocupa e qual o rumo que quer seguir, antes de se preocupar com o como. Aumentar a consciência sobre si próprio aumenta a probabilidade de reconhecer as oportunidades se tiver noção daquilo que quer e procura.

 

Nos casos em que a sua reflexão culminar por uma mudança de carreira tenha em considerações aspetos como: ter um fundo de emergência; avalie a tolerância da sua família ao risco; bem como os meios e tempo que terá de investir em novas competências para a mudança ocorrer.

 

Por último, tenha em consideração que é preciso primeiro conhecermos nos para saber que carreira mais nos irá motivar, satisfazer e realizar. Acima de tudo dê passos pequenos e firmes, e alargue os seus contactos de networking estrategicamente.

 

Comprometermos nos com metas conscientes proporciona estrutura e sentido à vida, o que por sua vez assegura uma maior felicidade global. Termino relembrando que para o ano novo e para a sua carreira há algo que sempre ilumina tudo o resto: a ideia de que algo novo está ao virar da esquina.

 

Por Lúcia Palma

Coach | Ceo and Founder BE AGILE

Professora convidada na Pós-Graduação Liderança Positiva e Felicidade 5.0, ISLA, Santarém.

Contacto: geral@beagilee.com

 

 

 

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