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Calor, pitta e inflamação: arrefecer os humores com a Ayurveda

A Ayurveda classifica as condições inflamatórias como distúrbios do Pitta, que podem ser reequilibrados com ajustes simples na dieta, na rotina diária, juntamente com suplementos de plantas.

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O fogo – Agni – é uma das principais metáforas da Ayurveda; é um ingrediente essencial para uma boa saúde. Na forma de metabolismo, digere a comida, gera a energia que sustenta a vida e incinera os resíduos. Contudo, quando o fogo metabólico está demasiado aceso, ou inflama-se nas zonas erradas, o resultado é uma inflamação crónica que pode dar origem a vários tipos de desordens.

 

A Ayurveda classifica as condições inflamatórias como distúrbios do Pitta, que podem ser reequilibrados com ajustes simples na dieta, na rotina diária, juntamente com suplementos de plantas.

 

A inflamação tem vindo a ser reconhecida como uma resposta biológica negativa, contudo, uma certa quantidade de inflamação saudável pode proteger o corpo contra agentes infeciosos e traumas.

 

Uma inflamação descontrolada e constante é que pode causar problemas, incluindo a fibromialgia, a diabetes, alergias, asma, Alzheimer, artrite, gota, distúrbios autoimunes e muito mais. Nos casos de dor crónica, o corpo perde a capacidade de regular a resposta inflamatória resultando num desequilíbrio crónico.

 

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Pitta e a inflamação

A bioenergia Pitta resulta de uma combinação dos elementos fogo e água, e é quente, agudo, penetrante, oleoso, leve, propagante e líquido. No corpo a energia do Pitta tem a função de estimular o metabolismo, facilitar a digestão, absorção e assimilação, manter a temperatura corporal, a coloração da pele e do sangue, gerar a perceção visual, o apetite e a sede, a cognição, raciocínio e compreensão. Se houver uma perturbação em qualquer uma dessas funções, o Pitta poderá estar fora de equilíbrio.

 

Alguns dos principais indicadores de desequilíbrio no Pitta são a inflamação, infeção, ardor, vermelhidão ou hemorragia. Quaisquer condições inflamatórias são indicativas de um aumento de Pitta, sendo a única bioenergia que tem tendências de aquecimento devido à presença do elemento fogo.

 

A inflamação pode ocorrer na pele, músculos, articulações ou órgãos e, geralmente, produz sintomas de vermelhidão, hemorragia e dor aguda/forte. Algumas das principais causas de um desequilíbrio de Pitta incluem comer muita comida quente, picante ou frita; comer muita comida ácida ou fermentada; alimentos muitos salgados e oleosos; fazer um jejum prolongado; experienciar um Verão bastante quente; a exposição a toxinas, substâncias químicas ou alérgenos; experimentar emoções do tipo Pitta, incluindo raiva, agressão, ódio, competitividade, comparação, julgamento e crítica, para além do stress crónico.

 

O tratamento e equilíbrio do Pitta varia de acordo com a localização da inflamação no corpo, e o com o que está na sua causa.

 

Alimentos para acautelar a inflamação

Para prevenir o agravamento do Pitta é importante evitar alguns alimentos: picantes, quentes, ácidos, salgados, alimentos fermentados, como vinagre, kombucha e pão, frutas cítricas (exceto o limão), alimentos gordurosos e fritos, oleaginosas como sésamo, mostarda, amendoim, cajus, café (mesmo descafeinado), chá preto,  batatas fritas, carne vermelha, algumas das leguminosas, alimentos alergéneos (diferentes para pessoas diferentes, mas comummente soja, laticínios, trigo, glúten, ovos, mariscos e nozes).

 

Por seu turno alguns dos alimentos que mais favorecem e equilibram o Pitta são alimentos que são frios (na propriedade, não necessariamente na temperatura). Eles são subtis, vinculantes, amargos e doces, e mantêm a constituição hidratada e refrescada, equilibrando a humidade e gerando a temperatura ideal, suportando a digestão e eliminação adequadas.

 

Alguns destes alimentos são a manteiga clarificada (o ghee), o óleo de coco, água de coco, coentros, pepinos, limas, erva-doce, funcho, hortelã, cardamomo, vegetais folhosos, frutas suculentas (tâmaras, maçãs, abacate, uvas vermelhas, mangas maduras, coco), sumo de aloé vera, sumo de romã, leite cru, aveia, cevada e cereais de trigo. Embora os alimentos crus sejam apropriados para o Pitta, os alimentos cozinhados serão mais fáceis de digerir.

 

No geral os tipo Pitta digerem mal alimentos gordurosos, já que são bastante calóricos. Existem algumas gorduras saudáveis, habitualmente aquelas que derretem na boca – como o óleo de coco, o azeite, o ghee, a manteiga orgânica fresca ou manteiga de cacau em chocolate de alta qualidade -, e os óleos Omega-3, que reprimem a inflamação, e que podem ser obtidos através do óleo de linhaça e peixes de água fria.

 

As gorduras insalubres têm um paladar semelhante a de cera de vela – margarina, óleos refinados, superprocessados, instáveis sob o calor, como o óleo de canola. Para maximizar os lucros, os fabricantes alteram quimicamente esses produtos para que eles tenham uma vida útil mais longa. No processo eles tornam-se indigestos e sobrecarregam o fígado, inflamando assim o Pitta. Eles também irritam as membranas mucosas e predispõem o organismo a doenças cardíacas.

 

Devem ser evitados alimentos embalados, enlatados ou engarrafados, bem como alimentos processados, sempre que possível. O Pitta é muito sensível a conservantes químicos e aditivos artificiais.

 

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