Enquanto o Brasil trava duas lutas severas em simultâneo contra a COVID-19 e contra o desmatamento, uma nova campanha surge para restaurar o meio ambiente natural ao mesmo tempo que honra a memória das vítimas mortais da pandemia. Até ao próximo dia 5 de junho, Dia Mundial do Ambiente, vão ser plantadas 200 mil árvores na chamada Florestas da Memória.

Famílias enlutadas e organizações da sociedade civil, com o apoio da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, que incluem alguns dos mais respeitados cientistas da restauração do Brasil, estão a levar a cabo esta iniciativa em 17 estados do Brasil, informa o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que também apoia o movimento.

O PNUMA está a ajudar a campanha Florestas da Memória a aumentar a sua visibilidade em linha com a Década das Nações Unidas sobre Restauração de Ecossistemas 2021-2030.  «Esta é uma ótima iniciativa porque mostra múltiplas dimensões de restauração – ou seja, que a restauração trata de curar o nosso relacionamento com a natureza e, ao mesmo tempo, é uma experiência de cura para nós mesmos», diz Tim Christophersen, chefe da Seção Natureza do Clima do PNUMA.

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A meta é plantar 200 mil árvores em memória das cerca de 200 mil vidas perdidas para a COVID-19 no Brasil. «Essa ação é muito significativa pelo facto de as árvores serem vida e conexão com a mãe natureza», diz Rafael da Silva de Lima, de São Paulo, cujo pai, Reginaldo Alves de Lima, e a prima Edna Maria de Almeida foram vítimas do vírus.

Os organizadores irão garantir o plantio de uma diversidade de espécies de árvores nativas da região da Mata Atlântica, incluindo: Goiaba (Psidium guajava), Jacarandá (Jacaranda caroba), Ipê (Tebabuia sp.), Grumixama (Eugenia brasiliensis) e várias espécies das famílias botânicas Myrtaceae, Malvaceae, Lauraceae e Fabaceae.