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Aulas online para sobreviventes de cancro retomam com o confinamento

Programa ONCOMOVE foi criado para otimizar o tratamento da pessoa que vive com e para além do cancro. A realização de três sessões de atividade aeróbia moderada a vigorosa por semana assim como exercícios de força tem um impacto positivo nos diversos sintomas.

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A importância do exercício físico para o doente oncológico durante o confinamento levou os médicos e outros profissionais de saúde do projeto ONCOMOVE – programa para a promoção da reabilitação do doente oncológico desenvolvido pela Associação de Investigação de Cuidados de Suporte em Oncologia (AICSO) – a dar continuidade ao projeto através de aulas online. O objetivo, na semana em que se assinala o Dia Mundial do Cancro, a 4 de fevereiro, é manter a atividade física e o convívio social das aulas nesta fase de pandemia.

 

O ONCOMOVE(R) foi criado para otimizar o tratamento da pessoa que vive com e para além do cancro. É um programa multidisciplinar que integra médicos oncologistas, fisiatras e cardiologistas, enfermeiros de reabilitação e de saúde mental dedicados à oncologia, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, fisiologistas e técnicos de exercício físico.

 

Deste projeto fazem parte: o MAMA_MOVE Gaia Comunidade em parceria com o Solinca, um programa de exercício físico destinado a mulheres sobreviventes de cancro da mama que decorre nos ginásios desde novembro de 2017, e o PROSTATA_MOVE Comunidade, um programa baseado no walking football destinado a homens sobreviventes de cancro da próstata que decorre num pavilhão desportivo da Câmara Municipal de Gaia. Atualmente, são cerca de 60 pessoas inscritas em ambos os programas.

 

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«Este projeto é muito importante para estas mulheres e para estes homens. Não podíamos ficar parados, até porque estamos todos muito envolvidos. Já em 2020 tínhamos feito aulas online e regressámos agora. Não só mantemos o convívio social, que é muito importante do ponto de vista psicológico e emocional, como evitamos o sedentarismo num grupo de pessoas que precisa de se manter ativo», explica Ana Joaquim, médica oncologista do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e vice-presidente da AICSO.

 

«O isolamento leva facilmente à diminuição da atividade física. Sem o estímulo das aulas presenciais, sabemos que os participantes correm o risco de ficar mais sedentários e mais suscetíveis a patologias do foro cardiovascular, o que agrava o prognóstico de doentes oncológicos», acrescenta a vice-presidente da AICSO. «Por este motivo, é ainda mais importante envolvermo-nos, enquanto profissionais de saúde e de reabilitação, promovendo os treinos online».

 

De acordo com Ana Joaquim, a realização de três sessões de atividade aeróbia moderada a vigorosa por semana com a duração de 30 a 60 minutos e duas a três sessões por semana de exercícios de força tem um impacto positivo nos sintomas de fadiga, na ansiedade e depressão, assim como na aptidão física, capacidade funcional e qualidade de vida.

 

Para reduzir o comportamento sedentário, a médica deixa alguns conselhos para os sobreviventes de doença oncológica nesta fase de confinamento: evitar permanecer mais de 30 minutos na posição sentada, reclinada ou deitada, quando estiver acordado; caminhar pela casa enquanto conversa ao telemóvel, por exemplo; participar nas tarefas domésticas, brincar ou realizar jogos ativos com as crianças ou realizar atividades no exterior como tratar do jardim.

 

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