Desordem afetiva sazonal: atenção à tristeza no verão
A desordem afetiva sazonal também pode surgir no verão, levando a um estado de depressão. Representa apenas cerca de 10 por cento dos casos diagnosticados, mas ainda assim convém conhecer os sinais nesta época do ano.

Apesar de a síndrome de SAD (seasonal affective disorder ou desordem afetiva sazonal) ser mais comum no inverno, a verdade é que há uma minoria dos pacientes que são afetados no verão. O SAD é um transtorno de humor caracterizado pela depressão relacionada a uma determinada época do ano, que geralmente surge na idade adulta (a média da idade do início da doença é aos 23 anos), e é quatro vezes mais suscetível de afetar as mulheres do que os homens.
Assim, enquanto as pessoas que sofrem desta síndrome no inverno têm tendência para comer e dormir muito, no verão, a doença tem os sintomas inversos, provocando insónias e falta de apetite. Ou seja, qualquer pessoa tem mais sono no inverno e dorme menos no verão, mas, quando este transtorno está presente, estes padrões agravam-se, por vezes, a níveis perigosos.
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Segundo dados divulgados por uma investigação levada a cabo pela Escola de Medicina da Universidade de Georgetown, liderada pelo professor de psiquiatria Norman Rosenthal, a desordem afetiva sazonal de verão representa apenas cerca de 10 por cento dos casos diagnosticados da doença.
Procurar lugares frescos
Devido a atingir um público muito reduzido, a desordem afetiva sazonal verão não tem sido tão estudada como a de inverno e pouco se fala sobre as melhores formas de tratamento. Enquanto o transtorno de inverno pode ser tratado com uma exposição diária a luz que simula a luz do sol, os especialistas dizem que os doentes que sofrem do transtorno no verão devem resguardar-se da luz do sol e procurar lugares frescos.
Rosenthal explica a dificuldade do tratamento: «O problema com a terapia do frio, que é equivalente à terapia da luz no tratamento do síndrome no inverno, é que os seus efeitos não duram. Estar numa sala com ar condicionado ajuda enquanto o paciente se mantém lá, mas, assim que chega à rua, é invadido por aquilo que alguns pacientes já me descreveram como uma parede de calor.»
Outra dificuldade acrescida é que o transtorno no inverno é mais fácil de ser ultrapassado com a ajuda da família e amigos, pois facilmente estes aceitam ficar em casa, quentes, a ver um filme. Mas quem sofre da condição no verão vê-se isolado, uma vez que a maior parte das pessoas quer estar na rua ou na praia a aproveitar o calor.