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Arrábida: serra, mar e contemplação

O Parque Natural da Serra da Arrábida é dos mais belos de Portugal. Abrangendo território pertencente aos concelhos de Palmela, Sesimbra e Setúbal, junta o verde da vegetação e o azul do mar por cerca de 17 mil hectares, dos quais mais de 5 mil são de superfície marinha.

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É um dos treze parques naturais portugueses categorizados pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. A vegetação da Arrábida possui um elevado valor natural, onde é possível verificar uma forte componente florística. Além disso, há ainda a fauna e a flora marinha da costa da Arrábida abrangida pelo Parque Marinho.

 

É sem dúvida um grande valor natural e paisagístico, em que o azul do mar alterna com os tons esbranquiçados das falésias de calcário e com o verde do denso manto vegetal que cobre a Serra. Veja imagens na galeria acima.

 

É frequente os passeios de domingo dos residentes à sua bem-amada Arrábida, sobretudo no inverno, onde a vista que se perde sobre o Atlântico convida à contemplação. De verão, as praias que integram este parque, em Setúbal e Sesimbra (Palmela fica no interior), são bastante procuradas pelos banhistas da região e de fora.

 

A sua beleza é incontestável, de um azul esverdeado cristalino, onde facilmente se observam, em áreas mais recônditas, berçários de várias espécies. Pequenos polvos e peixes, linguados a fugir no fundo do mar e cardumes vários cruzam-se com os banhistas que mergulham nestas águas frescas.

 

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As suas praias são, sem dúvida, das mais belas de Portugal e da Europa, tendo já recebido prémios internacionais. Em 2017, a praia de Galapinhos foi eleita a melhor praia da Europa pelo site European Best Destinations, a plataforma que distingue os melhores destinos europeus. Já a Figueirinha é excelente para famílias observarem pequenos berçários marinhos e a praia Ribeira do Cavalo, em Sesimbra, de difícil acesso, promete recompensar em beleza a descida demorada e vertiginosa. Mas há muitas mais a descobrir.

 

A riqueza vegetal é um dos maiores atrativos do parque. Segundo o Turismo de Portugal, aqui encontra-se um dos raros exemplos de maquis mediterrânico em Portugal e a sua preservação foi um dos motivos que levou a que a Arrábida fosse considerada uma verdadeira relíquia científica internacional. Para que ela se mantenha intacta, o acesso a algumas áreas só é possível acompanhado de um guia indicado pela sede do Parque. Existem também diversas empresas credenciadas que organizam atividades radicais, como a espeleologia, o mergulho e a escalada.

 

A fauna e flora é bastante diversificada, apesar de ter sofrido grandes alterações desde o século XIX. Até ao início do século XX era ainda possível observar lobos e veados. Recentemente, verificou-se um aumento significativo do número de javalis na Serra da Arrábida devido à proibição de caça no parque e ausência de predadores naturais.

 

A destacar também o caracol Candidula arrabidensis, único no mundo e que só se encontra numa parte muito especial do parque. Ao nível da flora, destacam-se as orquídeas raras e as tulipas selvagens. Se quiser saber mais sobre a fauna e a flora do parque, visite o Museu Oceanográfico, instalado no Forte de Nossa Senhora da Arrábida, junto à Praia do Portinho.

 

E já que passámos para a fase das edificações. Incontornável e um ex-libris da serra é o Convento da Arrábida, habitado por frades franciscanos entre os séculos XVI e XIX, que nesta altura meditavam nas capelas isoladas dispersas pela serra e que ainda hoje se conseguem observar. O convento, hoje propriedade da Fundação Oriente, alberga obras do início do século XVI até ao século XX.

Convento da Arrábida

A livraria do Convento da Arrábida era uma verdadeira biblioteca de estudo e aprofundamento de conhecimentos transdisciplinares, como demonstram as marcas de uso e anotações manuscritas dos seus livros, bem como a existência de livros proibidos, com marcas de censura como cortes de páginas e rasurados.

 

Nela coexistiam obras dos santos padres, de teologia dogmática e moral, de filósofos e historiadores gregos e latinos, místicos medievais, humanistas nacionais e estrangeiros, com textos de áreas científicas, de história militar e botânica. Composto por 2865 volumes, o acervo da Livraria do Convento da Arrábida permaneceu desconhecido do grande público até ao presente. Encontra-se agora inventariado na íntegra no catálogo online do Centro de Documentação António Alçada Baptista.

 

De grande riqueza natural, o parque possui excelentes condições para a agricultura e a pastorícia, o que levou ao desenvolvimento de produtos gastronómicos de grande qualidade. Falamos do mel da Arrábida, dos queijos de Azeitão ou dos vinhos que aqui se produzem. Por isso, seja em que altura do ano for, uma visita a qualquer recanto deste parque natural é sempre uma experiência muito gratificante.

 

 

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