Aquecedor a óleo pode custar oito euros por dia em eletricidade, alerta associação ZERO
Em Portugal, quase 20% da população não tem capacidade para aquecer as suas casas, um valor muito acima da média europeia, que não chega aos 7%.

Um único aquecedor a óleo pode atingir custos superiores a oito euros por dia em eletricidade, alerta a associação ZERO, numa altura em que as temperaturas atingem mínimos assinaláveis.
Neste sentido, destaca a associação, é preciso acelerar as estratégias de combate à pobreza energética e de renovação de edifícios, pois, de acordo com dados relativos a 2019 do EUROSTAT, Portugal é dos países da União Europeia em que mais pessoas, quase dois milhões no total, não têm capacidade para aquecer as suas casas (18,9% da população em Portugal por comparação com uma média de 6,9% na UE-27).
Em Portugal, a forma mais escolhida para se aquecer a casa passa por recorrer à climatização ativa através de aquecedores locais como irradiadores a óleo ou termoventiladores. «Estes equipamentos são escolhidos pelo baixo preço de aquisição e rapidez de colocação em funcionamento, mas são os sistemas mais ineficientes, traduzindo-se num custo significativo para os utilizadores em termos de utilização, enquanto proporcionam um reduzido conforto térmico, pois acabam por ser utilizados o menos possível de forma a evitar um aumento dramático da fatura de eletricidade», diz a ZERO.
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Isto porque o custo com eletricidade de um único aquecedor a óleo pode ser facilmente superior a 8 euros por dia. «O que se paga em eletricidade durante uma semana de um aquecedor a óleo ligado é superior ao seu custo», assinala.
A ZERO lembra ainda que os irradiadores elétricos a óleo e os termoventiladores foram isentos das regras de rotulagem energética presentes no Regulamento 2015/1188 de Comissão Europeia, relativo aos requisitos de conceção ecológica para os aquecedores de ambiente local, que entrou em vigor há dois anos. «Alguns países e fornecedores de energia tiveram claramente interesse em esconder os níveis de eficiência energética desses produtos, desrespeitando o direito dos consumidores de se aperceberem das reais implicações do que estão a comprar. Consideramos que é fundamental alertar as famílias, nomeadamente as que tenham capacidade e conhecimento para o fazer, para avaliarem o uso dos equipamentos de aquecimento e monitorizarem os seus contadores de eletricidade e gás, esperando-se já gastos muito acrescidos neste mês», finalzia.
A ZERO apresenta aquilo que considera deverem ser as necessidades prioritárias de investimento no conforto, quer para os consumidores, a curto e longo prazo, quer para as iniciativas do Governo. Conheça as medidas da associação neste link.