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Ajudar as crianças a gerir dinheiro

Gerir dinheiro de forma responsável é uma habilidade essencial para o bem-estar financeiro na vida adulta, mas essa aprendizagem começa desde cedo.

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Ensinar as crianças a lidar com o dinheiro de forma consciente não só as prepara para o futuro, como também lhes dá ferramentas para tomar decisões mais ponderadas.

 

No entanto, muitos pais e educadores questionam-se: quando começar a ensinar? Devemos dar-lhes mesada? E como podemos garantir que desenvolvem hábitos saudáveis de poupança?

 

Ensinar as crianças a gerir o dinheiro desde cedo é um presente para a vida. Seja através de uma mesada, de poupanças ou da participação nas decisões financeiras da família, o importante é que desenvolvam uma atitude responsável e consciente.

 

Além de os preparar para a vida adulta, estas lições contribuem para que as crianças aprendam a valorizar o trabalho, as escolhas e as consequências das suas ações. Num mundo cada vez mais consumista, estas são ferramentas fundamentais para uma vida equilibrada e financeiramente saudável.

 

VEJA TAMBÉM: Finanças familiares: como resolver problemas de dinheiro no casal

 

A partir de que idade devemos ensinar sobre dinheiro?

Não existe uma idade exata para começar, mas os especialistas sugerem que, a partir dos 3 a 4 anos, as crianças já têm capacidade de compreender conceitos básicos, como o valor do dinheiro, trocas, e a ideia de que não se pode ter tudo de imediato. Aos poucos, podemos introduzir-lhes noções de poupança e escolhas.

 

Ao longo do desenvolvimento, o grau de complexidade aumenta: crianças pequenas podem aprender a poupar para um brinquedo que desejam, enquanto os mais velhos podem começar a gerir pequenas quantias e tomar decisões mais complexas, como planeamento e orçamento.

 

Mesada: sim ou não?

A questão da mesada gera sempre debate. Há quem defenda que dar uma mesada fixa ajuda as crianças a aprender a gerir o seu próprio dinheiro, enquanto outros preferem que as crianças ganhem dinheiro através de pequenas tarefas, associando a noção de que o dinheiro não “cai do céu”.

 

Ambas as abordagens têm os seus benefícios, e a escolha depende dos valores familiares. Dar uma mesada regular ensina a importância de planear despesas e poupanças, ao passo que associar o dinheiro ao trabalho incentiva a responsabilidade e o esforço.

 

Uma solução intermédia pode ser interessante: atribuir uma mesada fixa, mas dar oportunidades para que a criança ganhe dinheiro extra realizando tarefas adicionais, ou ajudando em situações pontuais.

 

Algumas dicas práticas sobre a mesada

Começar pequeno: Para crianças mais novas, uma pequena quantia semanal é suficiente para que comecem a aprender. À medida que crescem, a frequência pode passar a ser mensal, simulando o pagamento de um salário.

 

Estabelecer regras claras: Assegure-se de que a criança entende que a mesada é o dinheiro que tem para as suas despesas pessoais, e que, uma vez gasto, não haverá mais até ao próximo “pagamento”. Isto reforça a noção de limite e a importância de gerir bem o que se tem.

 

Dividir o dinheiro: Incentive a criança a dividir o seu dinheiro em categorias: poupança, gastos imediatos e doações (para caridade ou ajudar alguém). Esta prática simples promove uma visão equilibrada sobre a utilidade do dinheiro.

Ensinar através do exemplo

As crianças aprendem muito através da observação. Se os pais ou educadores tiverem uma atitude responsável em relação ao dinheiro, será mais fácil que a criança também desenvolva bons hábitos. Falar abertamente sobre o orçamento familiar (de forma adequada à idade da criança), decisões de compras e a importância de poupar para o futuro pode ser muito benéfico.

 

Exemplo prático: durante uma ida ao supermercado, pode envolver a criança na decisão de compra de um produto, explicando-lhe o conceito de orçamento e mostrando que escolher um produto mais barato pode permitir usar o restante para outra coisa. Este tipo de atividade permite que a criança se sinta envolvida e compreenda as escolhas financeiras do dia-a-dia.

 

A importância da poupança

A poupança é um dos pilares fundamentais de uma boa educação financeira. Para uma criança, poupar pode parecer difícil, uma vez que a gratificação imediata é naturalmente mais atraente. No entanto, ajudá-las a compreender que poupar hoje lhes permitirá ter algo maior no futuro é um ensinamento valioso. Veja de seguida como incentivar à poupança.

 

Definir objetivos concretos: Incentive a criança a poupar para algo que realmente deseja, como um brinquedo ou uma experiência. O facto de o objetivo ser tangível torna a poupança mais motivadora.

 

Utilizar um mealheiro ou uma conta poupança: Ter um local físico (ou digital, no caso de contas para jovens) onde possa ver o dinheiro a crescer ajuda a criança a acompanhar o progresso, o que pode ser bastante encorajador.

 

Oferecer incentivos: Pode oferecer um “bónus” quando a criança atinge uma certa quantia, para reforçar o comportamento positivo.

 

Erros e oportunidades de aprendizagem

Faz parte do processo de aprendizagem cometer erros, e o dinheiro não é exceção. Se a criança gastar todo o dinheiro de forma precipitada ou fizer uma compra da qual se arrependa, isso é uma oportunidade para reflexão.

 

Em vez de criticar, os pais podem aproveitar esses momentos para discutir o que poderia ter sido feito de forma diferente, e como gerir melhor no futuro.

 

 

 

 

 

 

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