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Afinal, são os genes que influenciam os enjoos das grávidas e não as hormonas

Contrariamente ao que muitos pensam, não são as hormonas que provocam os enjoos intensos e vómitos durante a gestão, mas sim dois genes específicos que, nos casos mais graves, podem levar ao internamento da mulher numa unidade de cuidados de saúde. A conclusão é de um estudo da Universidade da Califórnia, EUA. A 9 de setembro assinala-se o Dia Mundial da Grávida.

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A maioria das mulheres grávidas experiencia alguns enjoos matinais durante a gravidez, contudo numa pequena percentagem de mulheres (2 por cento) esses sintomas ditos normais da gestação são bem mais graves do que aparentam. Podem obrigar a uma intervenção médica urgente através do internamento da gestante numa unidade hospitalar. Esta complicação que algumas mulheres vivem durante a gravidez é denominada de hyperemesis gravidarum, nome científico para hiperémese gravídica. De acordo com um estudo de alguns investigadores da Universidade da Califórnia, EUA, esse acontecimento deve-se à presença de dois genes (GDF15 e IGFBP7) que têm um papel ativo no desenvolvimento da placenta e cujo papel é muito importante na gravidez precoce e na regulação do apetite.

 

«Há muito tempo que se supunha que as hormonas da gravidez, a gonadotrofina coriónica humana [glicoproteína hormonal produzida pelas células trofoblásticas sinciciais no líquido materno] ou estrogénio [hormonas associadas às características físicas e comportamentais da mulher], eram as ​​culpadas pelas náuseas e vómito extremo, mas o estudo não encontrou quaisquer evidências que sustentassem essa teoria», explica Marlena Fejzo, a principal autora do estudo.

 

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Os dois genes responsáveis pela regulação do apetite na gravidez e pelo desenvolvimento da placenta estão ligados à caquexia, uma doença caracterizada pela perda de peso e de massa muscular, assemelhando-se, de certa forma, à subnutrição, esclarece a pesquisadora. Os sintomas podem desencadear uma série de complicações que inclui a perda rápida de peso e, consequentemente, desnutrição e desidratação devido às náuseas e/ou vómitos persistentes.

 

Ainda assim, existe tratamento. Contudo, de acordo com o estudo publicado na revista Nature Communications, os medicamentos nem sempre são eficazes e podem originar mais complicações para a saúde da mãe e do bebé. Segundo os dados a que os cientistas tiveram acesso, esta doença é a segunda principal causa de hospitalização durante a gravidez. Nos casos mais graves, as mulheres têm que ser alimentadas via intravenosa ou, até mesmo, por tubos de alimentação.

 

No entanto, outras investigações mostraram que as náuseas e vómitos persistentes e intensos na gravidez ocorrem normalmente em várias gerações da mesma família, sugerindo que a genética possa realmente fazer parte da equação.

 

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Com vista o obter resultados viáveis e conclusivos, a equipa de investigadores e cientistas comparou a variação do ADN das gestantes sem náuseas e vómitos com as que sofriam de Hiperémese Gravídica. Através desses dados conseguiram apurar a ligação entre a presença dos genes GDF15 e IGFBP7 e a Hiperémese Gravídica, ligação posteriormente confirmada num outro estudo de outra entidade. Simultaneamente e numa investigação paralela, os especialistas verificaram os níveis dos genes em causa e descobriram que estes são «anormalmente altos» nas mulheres que têm esta doença durante o período gestacional.

 

Atualmente, a equipa pretende averiguar as possibilidades de modificarem os genes GDF15 e IGFBP7 com vista a minimizar as náuseas e os vómitos intensos que as mulheres portadoras da doença sentem ao longo dos nove meses de gestação. E aí poderá ser dado ‘o passo’ para revolucionar a forma como a doença é encarada e tratada. Se tem muitas náuseas e vómitos, saiba como os atenuar na galeria presente no início do artigo.

 

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