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A personagem, Ivo Rosa

É o homem do momento, todos os holofotes estão virados para si, falo obviamente de Ivo Rosa, o Juiz que só aceita o irrefutável.

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Nunca se falou tanto, bem e mal, de Ivo Rosa, como no último fim de semana. Conhecido pela sua exigência e duramente criticado por ser demasiado benevolente para com os arguidos, na passada sexta-feira o madeirense, confirmou o que acham sobre si e decidiu arquivar todas as três acusações de corrupção a José Sócrates.

 

Mas quem é Ivo Rosa?

É difícil conseguir definir o seu perfil, o juiz é muito discreto, no entanto, raramente consegue passar despercebido. De estudante aplicado, tornou-se um juiz reservado, mas extremamente rigoroso, não gosta de ficar com dúvidas, nem que tenha de perguntar quatro ou cinco vezes de formas diferentes a mesma coisa. Busca provas diretas, científicas e avalia cada uma de forma separada, tendo por isso a alcunha nos corredores das Varas Criminais de Lisboa, de juiz “por si só”.

 

Amado por uns, pelo rigor que coloca no seu desempenho, odiado por outros, que o acusam de não reconhecer a qualidade da investigação, certo é que ninguém lhe fica indiferente.

 

Nas suas palavras refere decidir “sempre em consciência” e “ser muito exigente consigo próprio e que “nunca teve um processo atrasado ou uma decisão fora de prazo”. Muito exigente consigo próprio, não esconde que espera a mesma exigência e foco dos que o rodeiam.

 

Solteiro, sem filhos, focou-se sempre muito na profissão que escolheu, segundo o próprio, no último ano do liceu e por “mero acaso”. Certo dia no Tribunal do Funchal, Ivo Rosa assistiu, pela primeira vez, a um julgamento e perante o cenário decidiu que iria ser juiz. Assim foi.

 

Um estudante aplicado na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, que tirava apontamentos de tudo, que se transforma num juiz de ar sério, reto e segundo o próprio muito justo.

 

Trabalhou em tribunais onde não havia “eletricidade, internet ou ar condicionado” e nada o abalou. Como também nunca o abalou o mediatismo dos processos, reagindo com indiferença e com longas peças processuais, justificando todas as decisões ao ínfimo pormenor.

 

Insegurança? Talvez. Rigor? Também. A competição com o seu colega Juiz Carlos Alexandre? Provável. Tudo possível, não fosse o juiz extremamente rigoroso, exigente, acusado de “mau feitio” e de sorrir pouco. Inegável é o foco com que aborda o trabalho!

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