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A Escola não é “caixote de lixo” …

A escola no geral e o professor em particular não podem, sob circunstância alguma, assumir o papel de ficar com o conjunto dos problemas que a família não consegue ou não quer resolver.

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«Ensinar é uma arte transversal ou prática, e não uma das belas artes que têm como objetivo último a criação de beleza. Enquanto arte instrumental, o ensino é algo que se afasta das receitas, fórmulas ou algoritmos. Requer improvisação, espontaneidade, o lidar com múltiplas possibilidades relativas à forma, ao estilo, à cadencia, ao ritmo e à adequabilidade, de modos tão complexos que mesmo os computadores seriam, em princípio, incapazes de o fazer (…)».

(ARENDS, 2001).

 

A sociedade atual coloca todos os dias novos desafios à educação, exigindo que a escola e os seus intervenientes se vão reconfigurando para responder as exigências dos nossos tempos, tempos de imprevisibilidade e mudanças constantes.

 

Neste cenário de mudança, numa escola inclusiva e multifacetada, inevitavelmente surgem novas tarefas e novas funções para a escola e os seus intervenientes. No entanto, nestas novas tarefas e funções que vão surgindo, não está a de “caixote de lixo”.

 

A escola no geral e o professor em particular não podem, sob circunstância alguma, assumir este papel, de ficar para si com o conjunto dos problemas que a família não consegue ou não quer resolver.  Numa sociedade fugaz, “always on”, desprovida de empatia e foco no agora, esta tendência é clara.

 

Mas a escola e os seus intervenientes não podem viver os problemas das famílias como se de deles se tratassem e assumir um papel ativo de liderança na sua resolução. Não são “caixote de lixo”, que constantemente guardam tudo o que não presta e arduamente e diariamente o transformam em algo positivo…

 

Está na altura de responsabilizar as famílias e de as capacitar para a resolução desses problemas. É muito fácil chegar à escola e, magicamente, deixar o problema, metaforicamente “despejar no caixote do lixo” e esperar que a escola o resolva.

 

A escola não pode, não quer e não sabe ser “PAI” destes jovens. A sua função não é essa, e não a podem mais assumir. Perdoem-me a dureza das palavras, mas a escola não pode aceitar devoluções de filhos, porque já não os querem, ou porque não são os que idealizaram.

 

As crianças e jovens, esses não são pacotes de leite ou de massa que arrumamos durante algum tempo no armário… SÃO PESSOAS, com sentimentos e que serão os futuros homens de amanhã. Por isso, está na altura de todos pensarmos o que queremos e estamos a fazer. Como hoje se educa, o que esperamos da escola e que papel assumimos na vida das crianças e jovens.

 

Acima de tudo a escola não quer ser “caixote de lixo”, nem elementos de substituição, nem querem desempenhar tarefas que a outros pertencem … Lembrem-se sempre que não há uma única forma de educar, nenhum de nós é dono da verdade, tem a receita e, acima de tudo, todos somos pessoas, com limites e potencialidades.

 

P.S-Reflitam sobre isso e pensem que outros caixotes de lixo têm na vossa vida… Já agora vejam também se são caixotes cuja funcionalidade é essa.

 

 

 

 

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