A autoimagem

A autoimagem representa o conceito do tipo de pessoa que eu sou. Ela tem sido criada na base das nossas próprias crenças sob nós próprios.
A maioria destas crenças tem tomado forma inconscientemente baseadas nas nossas experiências passadas, nos nossos êxitos e fracassos e no modo como outras pessoas têm reagido perante nós, especialmente durante a nossa infância. Com isto tudo, formamos mentalmente um “ser” (ou o quadro representativo de um ser).
Uma vez que certa crença ou ideia sob nós próprios entra neste quadro, converte-se numa “verdade”, tanto como nos chega a convencer pessoalmente.
Não estamos a falar aqui do valor intrínseco da mesma enquanto se relaciona com a verdade, mas sim é certo que atua sobre nós como se fosse verdade.
Se a nossa imagem é baseada em crenças e as crenças podem ser modificadas, então a nossa imagem pode ser modificada.
Temos aqui dois importantes pontos de partida para obter os resultados que queremos:
- Todos os nossos atos, sentimentos e conduta, inclusive as nossas capacidades, estão contidos na nossa autoimagem
- A autoimagem pode ser modificada
Janela “Johari”
Uma ferramenta que utilizo com frequência para descrever o processo de desenvolvimento da autoimagem é a “Janela Johari”, criada pelos psicólogos Joseph Luft e Harrington Ingham em 1955. Originalmente foi criada com o objetivo de auxiliar no entendimento da comunicação interpessoal e nos relacionamentos com um grupo.
A palavra Johari tem origem na composição dos prenomes dos seus criadores: Jo(seph) e Hari(Harrington). Este modelo é particularmente útil para aprofundar o autoconhecimento, procurar congruência entre personalidade, perceção e conduta.
“Eu” Público (Aberto): É a imagem conhecida pelo próprio e pelos outros. São as facetas da personalidade que conhecemos em nós e damos a conhecer aos outros.
“Eu” Privado (Secreto): É a imagem conhecida pelo próprio e vedada aos outros. São as facetas da personalidade que conhecemos em nós, mas não revelamos aos outros. Aqui se encontram os sonhos e aspirações do indivíduo. Só aquelas pessoas mais próximas podem chegar a ter uma noção deste “Eu”.
“Eu” Cego: É a imagem conhecida pelos outros e ignorada pelo próprio. São as facetas da personalidade que os outros veem, mas nós não podemos ou não queremos ver.
“Eu” Desconhecido: É a imagem “desconhecida” para o próprio e para os outros. São as facetas mais profundas da personalidade, é a dimensão inexplorada do nosso potencial.